Protestos põem à prova tolerância kirchnerista
Intensificação de manifestações de esquerda argentina faz governo recorrer à polícia para evitar bloqueios
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
Habituado a esgrimir com adversários políticos que identifica com a direita, o governo da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se viu pego no contrapé pela esquerda.
O aumento dos protestos de rua coordenados por centrais sindicais não alinhadas ao governo pôs em xeque nas últimas semanas um dos eixos do kirchnerismo -a tolerância às manifestações populares que se valem da interrupção do trânsito para chamar atenção.
Transito pela cidade...
Trânsito pela cidade...
Pela cidade, mais nada de Trânsito!
Apenas a mesmice ilusória do ter-de-ir-e-vir
Devir pra onde não se pode mais ter ninguém que nos presta atenção
Não é escolher os rumos... Sempre de mais de um carro
Mas nossas mãos
seguras como guia de nossos automóveis
Só comunicando às businas
Não tem coragem de levantar uma bandeira que seja
O meu direito de ir-e-vir
tão mericido pelos pés que não ando
Pegam carona, sem saber, na rabeira do caminhão
que não se sabe pra onde vai
E todos a respirar o mesmo ar
se igualam no cancer dos pulmões
e nas vontades de respirar
Mas ainda assim vamos,
e se alguém nos para, interrompe, e nos assusta
Diga: “Seu filho da puta! Besteira imaginar que tudo para!
Maior ainda é a barricada que nos espera...
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