24 de mar. de 2010

Não sei que sinestesia é essa
que me adaga e sangra um vento lindo
de todo ar em volta
Quando vejo o povo preocupado às ruas,
Quando vejo a menina, às ruas, despreocupada

Estou inspirado e inspiro
até mesmo
o ar poluído da cidade
E notamos - os inspirados - a presença
enfática da menina despreocupada,
ocupando um singular lugar no espaço
E gotejando, de canto em canto,
Traços tão seus sem dono
Corpos tão seus sem dona
Descuidados seus sem frescura
Despreocupações nossas, sem asco
Se luiza ou Iolanda são seus nomes, não responde
o que estamos fazendo agora...

Será que é algo de me preocupar, se quem me vê e me acompanha
passa como um vento?

Não sei se estou sinestésico ou resfriado,
mas me satisfaço bem: em ver ou ouvir ou tocar ou cheirar
ou sei lá
Prefiro acreditar que estamos bem.
E como estou bem agora: 13:19 - quarta-feira - dia 24 de 2010