15 de dez. de 2008

O BIXO TÁ PEGANDO

na EUROPA

DIA 20 - Dia internacional de manifestação!

O movimento que começou na Grécia, agora se espalha por diversas partes da Europa. Agitações ocorrem, agora, também, na Itália e França, em solidariedade aos ativistas Gregos. Mais detalhes quanto as reivindicações e mesmo as causas do levante Anarquista na região, ainda não tivemos oportunidade de descobrir.

Sabe-se que o contexto das manifestações é a crise econômica mundial e que o estado da econômia dos países desenvolvidos está instável e gera frutos em outros países. Aqui no Brasil - mais precisamente em itupeva - já podemos sentir os efeitos... Já são várias as empresas que dão férias antecipadas e demitem setores inteiros (BOSAL, empresa de acessórios automotivos e Akso Nobel, empresa química - já demitiram muitos de seus funcionários).
DIA 20 de Dez: esta foi a data proposta pelos estudantes ocupados da Escola Politécnica da Grécia para articulação de movimentos em diversas partes do mundo. O que faremos em itupeva?????

12 de dez. de 2008

Manifestações estudantis

em toda Grécia


Já estamos próximos de uma semana de protestos intensos, rolando por toda grécia. Além das condições sociais muito conplicadas que o país percebeu com a crise, o estopim das manifestações mais intensas se deu com a morte de um jovem anarquista de 16 anos, Alexandros Grigoropulos, morreu, no último sábado (6/12)

Segue as notícias mais atuais da agência de notícias anarquistas:
http://www.ainfos.ca/pt/

[Na última segunda-feira, dia 8, diversas manifestações estudantis
aconteceram por toda Grécia. Com um pouco de atraso, a seguir um pequeno
relato dos protestos.]

Muitas escolas e universidades em todo o território grego, ontem (dia 8)
permaneceram fechados-ocupados pelos estudantes (o jovem assassinado de 16
anos era estudante).


Ioánina: Milhares de estudantes se dirigiram ao centro da cidade com
cartazes: MADEROS-PORCOS-ASSASSINOS.

Pueblo de Yízio (Peloponeso): Os estudantes em sua totalidade se
abstiveram das aulas hoje (dia 8).

Cidade de Janiá (Creta): Cerca de 1.000 estudantes protestaram na frente
da delegacia da cidade.

Cidade de Agrínio: Tanto pela manhã, como pela tarde, estudantes fizeram
uma convocatória para realizar manifestações. Anteontem, nesta cidade foi
realizada uma manifestação por uns 60 anarquistas na delegacia da cidade.
No mesmo dia do assassinato, um grupo de 40 pessoas atacou quatro bancos,
provocando enormes danos materiais.


Ciudad de Kastoriá (norte da Grécia): Cerca de 300 estudantes protestaram
na frente da delegacia geral da cidade. Ali, atacaram com pedras, paus e
laranjas destruindo a entrada do edifício.

Ciudad de Áyios Nikólaos (Ilha de Creta): Manifestação espontânea entre
umas 600-700 pessoas, gritando Maderos-Porcos
-Assassinos.

Cidade de Tríkala: Manifestação na cidade de Tríkala. Houveram distúrbios
e alguns estudantes ficaram feridos.

Ilha de Kefaloniá: Os estudantes não foram às aulas, senão a delegacia da
cidade de Argostóli.

Ilha de Jíos: Incrível manifestação de uns 500 estudantes nessa pequena
ilha. Na delegacia lhes esperavam policiais bem armados. Houveram
distúrbios com paus e pedras e um estudante ficou ferido pelos cacetetes
policiais.


Polígiros (Jalkidikí, Norte da Grécia): Cerca de 1.000 estudantes
realizaram uma manifestação.


Iráklio (Ilha de Creta): Houveram novamente choques, com os estudantes
atirando pedras e garrafas nos policiais.


Igumenícha (Norte da Grécia): Foram realizadas manifestações ontem (dia 7)
a tarde.


Alivéri (Ilha de Évia): Houve enfrentamentos, onde estudantes atacaram a
polícia com pedras e bexigas com tinta.

Barrio de Metamórfi: Depois da manifestação estudantil, umas 200-300
pessoas atacaram as delegacias do bairro com pedras e paus.


Puerto de Pireus (Atenas): Uns 300 estudantes se dirigiram a delegacia,
onde começaram a atirar pedras, laranjas, garrafas...Segundo as últimas
notícias, uns 15 carros foram queimados na delegacia.


Barrio de Jalándri (Atenas): Concentração com uns 600 estudantes em frente
à delegacia de polícia. Atiraram-se pedras, e qualquer tipo de objeto
encontrado pela frente provocando danos materiais.

Barrio de Vúla (Atenas): A delegacia policial foi totalmente queimada e
vários carros-furgões policiais também.


Isla de Corfú: Anarquistas junto com estudantes atacaram a delegacia
policial.


Barrio de Néa Smírni (Atenas): Fechadas as sedes do partido político Nova
Democracia.


Barrios de Vrilísia e Jalándri (Atenas): Manifestação de uns 1.500
estudantes.


Cidade de Véria (Norte da Grecia): Foi destruída a delegacia geral da
cidade, o tribunal e vários bancos.

Cidade de Égio (Peloponeso): 500 estudantes atacaram e destruíram a
delegacia da cidade.


Cidade de Esparta (Peloponeso): Estudantes junto com anarquistas ocuparam
a Escola Técnica Superior da cidade, como centro de contra-informação e
ponto de encontro assembleário.


Cidade de Kardícha: Estudantes atacaram pela manhã os tribunais da cidade.
Pela tarde houveram mais manifestações.

Cidade de Édesa: Manifestação de uns 100 estudantes. Pelo centro foram
quebrados vidraças e bancos.


Centro de Atenas: Ataque com coquetéis molotov ao Ministério do Exterior.
Começou a pegar fogo e se expandiu nos andares superiores.


Cycladas: Manifestações espontâneas em Syro, Paro, Santorini, Mykono,
Andro e nas ilhas menores. Estudantes "atacaram" atirando frutas à
polícia.

Barrio de Egáleo (Atenas): 400 estudantes fecharam as avenidas centrais de
"Ierá Odos" e "Zivón" durante mais de uma hora. Depois de uma assembléia
"de rua" as pessoas decidiram dirigir-se a delegacia de dito bairro aonde
atacaram a polícia com pedras e paus. O resultado foi a destruição da
fachada do edifício e de três carros patrulha.


Cidade de Kavála: Manifestação selvagem nesta cidade nortenha. Umas 200
pessoas se dirigiram a delegacia geral, aonde lhes esperava a polícia bem
preparada (já que durante os 2 últimos dias têm sido realizados vários
ataques com coquetéis molotov nessa cidade por pequenos grupos
anarquistas), onde se fez grande uso de gases lacrimogêneos. Vê-se que a
cada dia sai mais gente nas ruas desta cidade. Foram destruídos três
bancos.

Cidade de Alexandrúpoli: 100 pessoas se manifestaram em frente da
delegacia geral.

Barrio de Peristéri (Atenas): Explosão de bomba a noite no City Bank.

Ilha de Itáca: Depois de uma assembléia extraordinária, os alunos deixaram
as aulas e se dirigiram a delegacia e a prefeitura desta pequena ilha.

Ilha de Rodas: Grande manifestação com uns 500 estudantes. Distúrbios na
frente da delegacia com grande uso de gases lacrimogêneos e vário feridos.

Ilha de Kalymnos: Mani de uns 500 estudantes. Na delegacia os alunos
atiraram ovos e garrafas.

Tradução > Juvei
Máquinas Sanguínias

Era o sangue que inundava a vida das coisas,
que fazia aquela caneta cuspir sua tina preta,
igualmente sanguínea,
para assinar os indiciados

No óleo, no tanque de gasolina...
Nada mais que vermelhidão intensa,
Inflamação em engrenagens
que se retorcem para fazerem funcionar esse coração de lata

Máquina de escrever, que disse
que via, que acariciava as letras e teclas
de um piano sem som e estranho:
Onde vc escondeu seu sangue?
Deu pras baratas ou aos pixels?

Foi-sembora...
era essa a hora que o sangue extraviava:

A porta não batia, corria numa sutileza de esperar a tensão certeira em que a engrenagem que a fechava, a pudesse , de fato, fechar dentro de si, na sala pró-proposital Era nessa hora que o Sangue corria! Todas pessoas presentes na sala, em frente ao computadouro, consultavam suas diversas borras de café e resquícios de bolacha água-e-sal, junto ao muntareu de ofícios e afazeres. Mal iluminadas por poucas luzes fluorescentes, muitas dissertavam sua própria iluminação. Mas, ainda, Alguns, viam brilhos por lá!

Por traz da cortina - que era tudo isso - havia um dorminhoco fatigado de tanto ver sangue jorrar sem mira. Mira em mim, então agora... Presta Atenção!

Já te fiz... transfusões. Foi nosso sangue de caramelo que o conduziu
até esses promíscuos prazeres carnais!

Bem vindo à política!



Viciados em sangue
Dependentes dos seres
Amantes dos fluidos,
dos sólidos e carismáticos borbulhares de idéias
Assopro pra você, agora, minhas bolhinhas de sabão em letra Verdana, cor de morango.
Meu Orgasmo, orgânico do conflito

9 de dez. de 2008

FENI'KSO NIGRA
jornal aperiódico de propaganda
dos vários anarquismos da região

edição 09/2006 (capa)

Povo! segue o scanner das duas edições do Feni'kso nigra (em Português e Esperanto), recebidas pelo Anarquia_Itupevense no encontro do Expressões em Campinas...

edição 09/2006 - pág.02


edição 09/2006 - pág.03


edição 09/2006 - pág.04


RELATOS DO EXPRESSÕES


Nesse final de Semana, rolou, em Campinas, o VI Expressões Anarquistas, encontro de pessoas ligadas ao movimento anarquista da região.

As discussões acompanhadas pelo pessoal do Anarquia_Itupevense foram muito boas, tendo espaço para livre manifestação dos presentes quanto as dúvidas e apontamentos que se colocavam sobre a história do movimento Anarquista e o papel que figuras como Edgar Rodrigues, historiador. Aliás, esse foi o tema principal de um dos debates do encontro: A importância de recuperação da história do Anarquismo no Brasil em Campinas e Região.

Entre as propostas mais interessantes, o galera do Rio Grande do Sul contou sobre as experiências com a pedagogia libertária e o desenvolvimento de um Sistema Educacional Libertário. Lembraram, para os participantes, que as primeiras escolas públicas do Brasil foram construidas por sindicatos ligados ao anarcosindicalismo e, mesmo, a ruptura com a divisão de classes e escola por sexo (Ateneu só para meninos ou meninas), parte das experiências das escolas anarquistas do início do séc. XX e fim do IX.
A importância do mantenimento de acervos sobre a história do movimento e a distribuição do conhecimento por parte dos que já conhecem e/ou participaram dessas histórias, foi o fio condutor de todos os debates.

Enfim, romper com a autoridade, até mesmo com aquela que se impõe no nosso egoismo intelectual. No conhecimento que só guardamos pra nós mesmos...

Havia diversos movimentos que não conhecíamos e estavam presentes: a Fenikso, a FOSP, o pessoal do grupo de estudos sobre História do Anarquismo, da UNICAMP, Sindiviários, estudantes de ensino médio, etc...

Contatos:

Fenikso Nigra

www.FENIKSO.rg3.net
http://geocities.yahoo.com.br/feniksonigra/
MAIL _
feniksonigra@yahoo.com.br

Sindicato de Artes e Ofícios Vários de Campinas,
associado a Federação Operária de São Paulo (FOSP),
a Confederação Operária Brasileira (COB),
a Associação Continental Americana dos Trabalhadores (ACAT)
e a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT)

http://www.fosp.anarkio.net/

http://www.cob-ait.org/

5 de dez. de 2008

LIBERDADE DE EXPRESSÃO!
Soltem Caroline Susto''s!

Ao silêncio e vazio da Bienal de arte um presente. Do nada, alguém poderia dizer: nasceu algo do nada...
Mas não foi o que aconteceu, ao certo. Eram os corajosos de novo, que enfrentavam a incoerência dos fatos


A arte não vai mais brotar sem vandalismo...

E prendem, agora, a responsável pela barbárie das artes-mercadorias, na bienal: A pichadora Caoline Susto''s!


"Negrigencia no ar"
invólucro falsificador [da arte]
LIBERTE A CAROL


http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u475414.shtml

3 de dez. de 2008

FOME e ONDA DE SAQUES
em Santa Catarina

"Com as inundações, cidades inteiras ficaram sem luz e sem água encanada, e dezenas de milhares de pessoas estão sofrendo com a falta de comida. A ajuda que chega é pouca para socorrer a todos os necessitados.

Frente a isso, em várias cidades, se multiplicaram os casos de saques a redes de supermercados. As pessoas desesperadas pegam tudo o que encontram pela frente. Os jornais informam que nas zonas mais afetadas, até alimentos estragados estão sendo aproveitados.

Governo Federal e Estadual anunciaram toque de recolher em Itajaí e outras cidades atingidas, e mobilizam tropas da policia estadual e da guarda nacional para reprimir os saques. Mais de vinte pessoas já foram presas só em Itajaí por saquear um supermercado. O Wal-Mart soltou uma nota cínica, afirmando que está fazendo tudo que é possível para recolher alimentos de doadores...

Com os estoques cheios, aqueles que têm dinheiro guardado e moram em zonas menos atingidas, conseguem os alimentos necessários a sua subsistência. São os mais pobres, os que perderam tudo com as enchentes, que agora sofrem as conseqüências da falta de comida. Ao contrário do governo Lula levar a guarda nacional para proteger o estoque dos supermercados, estes estoques deveriam ser requisitados e a comida distribuída gratuitamente entre todos os atingidos."


O ex-operário. Traira

Não se enganem! O piquenique de comida roubada, que eu tanto defendo em Itupeva, sera inevitável. Em muitas partes deste país, onde as desigualdades sociais mais se concentram e a ganância das empresas priva as pessoas até mesmo desse direito básico, o roubo de comido será uma prática normal...
Sim isso é normal pra essas pessoas, o mais natural desenvolvimento da necessidade dos homens. Nunca se rouba, nem se roubou comida de um supermercado... Pegamos de volta o que nunca deveria ser vendido!

fonte : http://www.ler-qi.org/

2 de dez. de 2008

Jornal de Negócios
com Bloomberg

RECESSÃO NOS EUA PODE SER A
+ PROLONGADA DO PÓS GUERRA

A economia norte-americana, já oficialmente em recessão, pode estar apenas no início do período de contracção mais longo desde o final da II Guerra Mundial, devido à forte subida do desemprego e às dificuldades do mercado de crédito, segundo uma análise da agência Bloomberg.

O National Bureau Economic Research (NBER), o organismo que é aceite como aquele que "decreta" a recessão nos EUA, anunciou ontem que a economia norte-americana entrou em recessão em Dezembro de 2007.

“Já vamos em 12 meses de recessão e estamos apenas no início”, disse à agência de notícias norte-americana o economista-chefe do RBS Greenwich, Stephen Stanley, acrescentando que “vamos ter números muito severos referentes ao quarto trimestre e o primeiro trimestre de 2009 também deverá ser muito mau”.
ESBOÇO de RESPOSTA


Pai,

O site se destina a determinado público alvo. Tenho percebido, Já a algum tempo, que nossas reivindicações tem encarado barreiras, não só objetivas, mas subjetivas das pessoas com as quais pretendemos ser parceiras de uma transformação do mundo.

Esse blog, não é só meu. Ele tem por objetivo, necessariamente, o descompromisso com os padrões acadêmicos de comunicação. Pretende realizar uma crítica à cobrança de responsabilidades, que tantas vezes se faz só da boca-pra-fora, privilegiando o âmbito discursivo, e, ligado a isso, tentamos acompanhar mais de perto as contradição dos valores morais de nossa sociedade e da cidade de itupeva.

Os jovens rebeldes que vc diz... onde estão? Sinceramente, não acho que sair pixando parede por pixar, colar cartaz por colar, vai corresponder a rebeldia: esta que eu e outras pessoas expressam ao tentar não se adequar facilmente ao que se impõe como padrão, comum, mando, etc... Na oficina de graffiti, nas letras de bandas hardcore que o pessoal que eu ando em itupeva escuta, em outras atividades está presente uma mistura de intenções difíceis de penetrar à fundo. Aliás, nesses dois casos exemplos, o que se percebe é falta de profundidade a cerca do que se está fazendo. Mas, isso não deve ser encarado como o fim do mundo... Na escola todo mundo saiu pixando tudo e nas letras das bandas de hardcore revoltadinhas e sem nenhuma atitude relevante que passe além do discurso, concordo, se expressa uma superficialidade muito grande. A pergunta que muda o paradigma dessa questão e pode causar até algum entusiasmo para quem se importa com a construção de poder popular e com educação é: Será que é preciso ler Marx, pra virar um eficiente transformador social? Será que não estamos passando por uma mudança de critérios e dimensões de valores, pelo menos com os jovens? O aparente tem peso tão grande que muda até a essência das coisas. Enfim, aqui já entramos em outro assunto, que não deixa de estar presente em algumas coisas que andamos fazendo.

Mas, voltando ao blog... dá para perceber que "apelamos" para uma linguagem mais relaxada, sem tanto compromisso sintático ou gramatical. É mais descontraido, o que não quer dizer que não seja menos pensado. Depois conversamos mais sobre o que vc achou de errado no blog...

Um ponto exemplar em que apliquei tudo que tinha pensado, foi aquele post "de como tocar o puteiro maior ainda em itupeva". Utilizei alguns termos ligados ao mundo fashion, para partir do mais "aparente e vil" produto da cultura de massas (poderia ser uma linguagem tipicamente afetiva de outdoors). Dei uma olhada nuns sites dessas revistas de moda feminina e tui ao trabalho. Parti de algo superficial para tentar colocar uma possibilidade de crítica social. Piquenique de comida roubada fez muito sentido na crise da economia Argentina, por volta de 2001 e também se manifesta agora em Santa Catarina.
Nesse momento de crise, pai, pra gente os efeitos ainda não aparecem e podem não aparecer, mas para a população pobre a situação vai piorar. Nesse caso, sou completamente a favor de roubo de comida. Se nem comida for um direito garantido, com certeza, farão que isso se aconteça pelo roubo.


abraços!

Finalmente
primeiras críticas!

E-mail recebido por um de nossos companheiros a cerca do conteúdo do site...

Filho,

bom dia Você deixou na lista de sites, o site Anarquia Itupevense, abri e li, e confesso que fiquei surpreso e decepcionado com quase tudo que li (por questões obvias, espero que o único texto escrito por você tenha sido o da escola Anchieta). Sempre estive e estou disposto a colaborar com você em suas iniciativas (mesmo quando questiono) mas acho que "aquilo" está longe de ser uma manifestação de oposição a qualquer coisa, exceto alguns lapsos de lucidez coerente, o que vemos ali é uma demonstração clara de "arrogancia juvenil" que não pode ser confundida com entusiamo. Creio sinceramente que você já está "acima daquilo" pois apesar de nossos questionamentos, sempre pude observar na maioria de seus argumentos coerencia (apesar de certo grau de rebeldia). Sem dúvida nenhuma, um de seus pontos fortes é sua personalidade, por isso, na medida do possível,preserve-a de influencias externas (mesmo quando você parece lidera-las). Tenho certeza que suas iniciativas são autênticas e coerentes com seu pensamento, mais também tenho certeza (e espero que você perceba isso) que a maioria das pessoas que se dizem compartilhar dos argumentos defendidos por você, o fazem como uma brincadeira de adolescentes, (onde o que menos conta é a responsabilidade social). Desculpe o desabafo, mas faço isso por saber que vovê não quer brincar de adolescente rebelde (que enche a cara ou dá um back) e fica achando que é o dono da verdade). Procure lembrar que seus "sentimentos sociais" não começaram ontem, quando conheceu os "meninos de Itupeva" ou quando entrou na faculdade de filosofia, ou mesmo influenciado por nós familiares, ele vem de cêdo, são genuíno (e nós sabemos disso) por isso, devem ser respeitados e valorizados. (mas também administrados por você).
Abços.

26 de nov. de 2008

OIT: efeitos da crise sobre
salários serão 'dolorosos'

Os efeitos da crise no sistema financeiro mundial sobre os salários em 2009 serão "dolorosos", alerta a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Uma combinação entre baixo crescimento econômico ou recessão e alta volatilidade dos preços dos alimentos e da energia vai erodir os rendimentos de muitos trabalhadores, particularmente os mais pobres. Em muitos países, a classe média também será seriamente afetada, e as negociações entre empresas e sindicatos serão tensas. "Para 1,5 bilhão de trabalhadores assalariados no mundo, avizinham-se momentos difíceis", afirmou em relatório o diretor-geral da OIT, Juan Somavia

Parte de notícia tirada de http://br.noticias.yahoo.com/s/25112008/25/economia-oit-efeitos-da-crise-salarios.html

25 de nov. de 2008

DE COMO TOCAR O PUTEIRO,
MAIOR AINDA, EM ITUPEVA
...

Aeeeee povo, vou tentar expor aqui algumas hipóteses de acões que fariam de itupeva um lugar muito menos monótono e bem mais atraente para coraćoezinhos pulsantes e desejosos de grandes transformacões nesse mundo cão.

Somos poucos, quase únicos, na aparência de nossa solidão. Ineficientes em nossa comunicacão de idéias às massas, também somos com certeza! Mas, no que desejamos, somos quase tudo, quase todos! No que ousamos pensar, estamos únidos como um bloco coeso, mesmo sem saber quantos somos de verdade. Isso não importa... O que importa é que qualquer coisa nessa vida nunca acontece por iniciativa de um só e nossa pretensão é mostrar justamente isso.

As grandes transformacões, para o alcance de nossa liberdade, já se manifestam em nós, pequenos desejosos.

Enfim, tocar o puteiro em itupeva não é, como pode dar a impressão, o extremo da porraloquisse. Nem deve ser entendido que odiamos os puteiros, coisa do capeta... por favor! É, antes de mais nada, um desejo de rebeldia, que comeća necessariamente atordoado, caótico, contraditório... com muito ódio e pouca responsabilidade, mas que visa dar coragem às pessoas de enfrentarem os repressores de nossas vidas e pensamentos. Em outras palavras: fazer o esforco de entender que o desaforo, mesmo que a gente tente impedir, sempre está sendo engolido e levado pra casa. Nossos muros e cercas não barram desaforos.

Logicamente, pensa-se estar ganhado estabilidade e seguranca, ao nos cercarmos de câmeras e muros de dezenas de metros. Mas, tal impressão é tão ilusória, que pode se perceber, no cotidiano das bolhas-residenciais fechadas em que vivemos, que os dilemas e inseguranćas não vão sair tão facilmente de nossas cabecas. Estes se manifestão no nosso medo de deixar as portas abertas, o medo do vizinho, o medo do outro, o medo de correr risco, o medo de ter medo, a pouca vontade de fazer qualquer coisa e a reproducão de uma vida de pau-mandado!

Contra isso e tantas outras coisas segue algumas propostas alucinativas:

1 - CANTINHO DO CÉU:

Tem sempre umas chacarazinhas que colocam na entradinha do terreno aquelas plaquinhas bonitinhazinhas escrito: 'recanto encantado', 'pedacinho do céu' , 'chácara dos sonhos', 'chácara do oba-oba', 'Abobrinha' (O que leva alguém a colocar um nome desses?). Puta besteira!

Vamos quebrá todas essas merdas de placa!

Outro dia fiquei sabendo de uma tal chácara desses nomes melosos que teve que cair na real. Aquela realidade distante e violenta, coisa do passado para os protegidos-entre-cercas, não mais batia na porta. Ela Arrombava, tomava de susto como reféns os moradores, expressava o choque intenso e a falta de reconhecimento do outro como ser importante para vida... seja por parte do "bandido", seja por parte da "vítima". Não perceberíamos, nem que quiséssemos, o que sentiu cada um dos envolvidos. Mas uma coisa é certa: Cantinho do céu, porra nenhuma!


2 - PIQUENIQUE DIFERENTE:

Piquenique de comida roubada! É uma das mais quentes sensações em épocas de crise econômica mundial, seja nos EUA, na Europa e em Paris, seja em 1929, ou 2009! Essa moda vai pegar no Brasil e no Mundo!

A tendência primavera-verão 2009 nos trará enormes surpresas de estilo e atuacão. Além, do pontual piquenique de comida roubada, nas manifestacões de rua, teremos movimentos com looks muito mais agressivos e o vermelho ,simbolizando o sangue derramado na Comuna de Paris, não deixará de faltar, trazendo referências retrô a década 1870, quando o tom não podia faltar nos uniformes de policiais e nos corpos esguios da massa trabalhadora de Paris.
Temas ligados à greve, revolta, abuso de poder, fome, desemprego, terão grande expressão nas passarelas do mundo todo.
Tudo isso aparece sintetizado no motim e no roubo, ou melhor, na prática do motim e do piquenique.

Para as pessoas mais fashions e ousadas, que vêem que a aparência muda até mesmo a essência dos seres, vai uma dica: não pense que só Barack Obama ou Lula vão se vestir bem nessa crise, você também pode impressionar bastante! Como todo espaco nesse é uma passarela, a dica é: não deixe de estar antenado com a tendência primavera-verao 2009! Manifeste-se em seu trabalho. Em sua escola. Faca um piquenique coletivo de comida roubada! E deixe de boca aberta, salivando, todos os seguranćas do supermercado e o próprio sistema capitalista...

4 - FESTAsPROTESTOs

Organizemos festas nas praćas públicas itupevenses, para angariar fundos para um jornal independente, uma empreitada autogerida, um estúdio de música cooperativo, etc... se divertindo e protestando contra as tantas barreiras que se faz às pessoas para suas empreitadas.

5 - PIXACÃO e LAMBE-LAMBE DE CARTAZES

Pixar, mais do que tudo. Divulgar idéias. Romper com o vazio "aparente" dos muros. Fazer Gibis em cartazes A3, com personalidades itupevenses falando sobre revolucão. Entrevistar o prefeito, perguntando o que ele acha da soberania popular. heheheh, viagem loka.

Romper a crise da representaćão, também conhecida como crise da eficiência e das quantidades. Pixar o interesse comum, da soberania dos ativos, dos corajosos.

Foi mal, aí o entusiasmo... Preciso para de fumar maconha...


6 - SAPROFAGIA: uma arma perigosa
Quem não curti viagem, pode pular esse tópico

A antropofagia já não faz mais sentido. Hoje, o sistema devora, para sobreviver, não só outros homens, mas máquinas, guardanapos usados, empilhadeiras, vocabulários, histórias...Restos de alguma maneira nossos. A cultura inteira dos homens, com o acirramento das desigualdades, entrará em conflito com qualquer noćão de propriedade, até mesmo essa primeira que ainda esboćamos aqui: a nocão de propriedade da cultura DOS homens. As elites capitalistas, atentas à isso, focaram suas empresas em produtos cada vez mais especificados, e aproveitaram de cada pedacinho dos usos e práticas do universo humano e não humano que ainda não possuem um valor-de-troca, para minimizar seus custos.
Serão muitas as crises físicas e emocionais, beirando a esquizofrenia. Professores gagas serão devorados pelo Mp3 Player, os lerdos deixados para trás pela Banda larga, as pessoas desprovidas e esfomeadas se acumulando, ao passo que as propriedades se acumulam nas mãos de burqueses robos. Os acessórios, os upgrades, as inovaćões serão as mercadorias para máquinas e não de seres humanos. O público alvo do mercado saprófita: máquinas; o consumidor: máquinas; o produtor: arrisco dizer... máquinas eficientes!
Para a maioria da humanidade mais nada de propriedade... só nos restará o resto, o intenso restante. É aí que não deveremos cair de novo no erro!
Desenvolveremos nossas forćas em resposta à isso, como um germe, uma hiena, ou um urubu. Comendo da própria merda e ineficiência de tudo! Se aproveitando de cada cagada e conrropimento das ordem e critérios estabelecidos, seja da academia (fábrica de idéias), seja nas grandes empresas, para a possibilidade de emancipaćão humana se manifestar.
Atualizando nossa legitimidade e nossa história, reconhecendo a contradicão até mesmo no que vemos como o mais nojento e vil produto da indústria cultura, será o dever de cada professor aprender a comer o que para os filtrados é a privada! Divagar não iremos longe... Até mesmo o que se diz radical será o termo mais estável em toda acão revolucionária.

24 de nov. de 2008


VII Expressões Anarquistas - Ação Já!


Acontecerá no dia 06 de dezembro 2008, o VII Expressões Anarquistas, mais uma edição desse evento que reune o Movimento Libertário Brasileiro, conversando sobre o anarquismo e suas expressões, rumo a emancipação dos oprimidos e explorados!

Cartaz do evento - distribua, divulgue!

Aberto a tod@s, mais informações:

21 de nov. de 2008


Movimento do Trabalhadores Sem Teto
MTST - ocupa supermercados
em diversos estados

REVOLUÇÃO NO BRASIL...
fogo no pavio, fogo no pavio!


Apesar de não primar pela autogestão em sua organização, o MTST, assim como o MST e o MAB (Mov. dos Atingidos por Barragens), tem se colocado como grande empecilho aos interesses dos mais ricos. Suas movimentações contestam diversos temas, cada um com uma bandeira mais próxima: MST - reforma agrária; MAB - não construção de barragens e reforma agrária; MTST - reforma urbana. No entanto, em momentos de crise econômica, como temos hoje, as pautas dos movimentos reivindicatórios do país, talvez mesmo do mundo, passam a se aproximar. A questão da alimentação parece vir a tona , então com toda força...

O que nos possibilita reconhecer as movimentações destes grupos, não como mero autoritarismo, é muito mais o conflito contra os interesses hegemônicos, do que possuir uma organização mais aberta e horizontalizada. Fica a pergunta ... será que no caso do MST, MTST e MAB poderia ocorrer experiências de autogestão?

segue a notícia:

A NOSSA FOME NÃO PODE DAR LUCRO! NÃO PODEMOS PAGAR PELA CRISE!

Hoje, 19 de novembro de 2008, mais uma vez, em luta nos levantamos. São ações simultâneas em 7 estados do Brasil contra o aumento do custo de vida do povo pobre. Desta vez, entramos nos templos-sagrados daqueles que vêem na fome de um irmão o lucro saltando dos bolsos.
No dia de hoje ecoa, em diferentes estados deste rico e imenso país, a voz dos que não têm direito à igualdade racial, ao trabalho digno, ao salário digno, à moradia digna, ao transporte digno, à educação e saúde dignas, nem à alimentação digna, enfim, os que não tem direito à própria dignidade.
Num ato de desobediência civil, aqui ela está: Nossa dignidade. E ela neste momento fala por nós. Fala que não aceitaremos que os ricos fiquem ainda mais ricos com nossa fome. Fala que não aceitaremos que o arroz e o feijão dobrem seu preço enquanto o Estado diz que nada pode fazer, mas ao mesmo tempo injeta bilhões de dólares aos bancos e especuladores. Fala que a terra que deveria produzir o alimento para a sociedade é um mar de cana para fazer rodar os carros em várias partes do mundo. Fala que jogam com nossa fome numa bolsa de valores onde nós somos a única coisa que não vale nada; porque somos gente e não temos preço. Fala que, embora não valhamos nada, é a nossa carne que será usada para pagar a crise financeira mundial. Fala que essa crise – produto de um sistema irracional e injusto – desempregará milhares (ou milhões?) de trabalhadores e lançará outros tantos na mais profunda miséria em todas as partes do mundo e de nosso país.
Mas nossa dignidade não apenas fala, porque nossas vozes são cansadas do sofrimento e da injustiça. Nossas vozes gritam, exigindo aqui, diante de um símbolo do imperialismo, da ganância que eleva o preço da comida e de um sistema que não existe sem crise, fome, violência e injustiça, que seja nosso tudo o que produzimos com nosso suor.
Por tudo isso, exigimos:

- Política estatal de controle e congelamento de preços.
- Manutenção e abertura de novos restaurantes populares públicos.
- Abertura de mercados populares subsidiados pelo estado e administrados por organizações populares.
- Nenhum subsídio ao mercado financeiro. Que o governo subsidie a alimentação, a moradia popular, o transporte público, etc.

ASSINAM ESTE MANIFESTO:

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - Movimento Urbano dos Sem Teto - Movimento Passe Livre (SP) - Movimento dos Conselhos Populares (CE) - Frente Estadual de Luta pela Moradia (MG) - Brigadas Populares (MG) - Movimento das Famílias Sem Teto (PE) -Movimento Quilombo Urbano (MA) - Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (PA) - Centro Popular pelo Direito à Cidade (PA) - Movimento Popular Socialista (PA) - Federação das entidades comunitárias de Castanhal (PA) - Associação Afro-religiosa Omo Ode (PA) - Grupo Garra Afro (PA) - Circulo Palmarino - Movimento Sem Teto da Bahia.

20 de nov. de 2008

Esta foi uma proposta de estudantes que se auto-organizaram para fazer uma oficina grafite e stencil em itupeva. Eles não são do coletivo, mas o projeto esboça muito em comum...



Grafite e Estêncil na Escola

Expressão e formação político-cultural de pessoas



Vivemos um momento de esvaziamento de sentido da atividade educacional. A escola, como espaço de ampliação de conhecimento, não tem sido mais legitimada pelos estudantes e por muitos de seus construtores, sejam eles professores, pais ou funcionários. A educação tem, cada vez mais, se consolidado como uma prestação de serviço obrigatório do Estado, que garante um mínimo de aprendizado para a eficiência de um bom profissional, sem questionar o vínculo com critérios que não são constituídos e decididos pela comunidade escolar. Não é de se espantar o resultado.
A família, sob a qual muitas vezes se põem o maior peso da culpa, também, por vezes, passou pelo mesmo processo de não reconhecimento da importância da educação e falência do valor dos conteúdos escolares. Aprender chatices como filosofia, português, matemática, só faz sentido quando vinculadas a necessidades de sobrevivência, nas quais, infelizmente hoje, a primeira conclusão a que chegamos é que a utilidade da aprendizagem é diretamente mediada pelo sucesso financeiro, o que cria um efeito inusitado: há o incentivo a aprender do que não se gosta e a obrigação de atestar conhecimento em algo que não faz sentido para quem “aprende”.
Mas, se fosse só esse o viés pelo qual a vida das pessoas se encaminhasse, não poderíamos pensar noutra alternativa de educação além da posta – ensinar para poder virar um bom profissional. Sendo assim, toda crítica, em qualquer que seja a matéria, já estaria pressuposta e subjugada por critérios que, direta ou indiretamente, se pautariam por demandas de uma “eficiência maquinal dos estudantes” para se adequar ao mercado de trabalho.
A instituição escolar, desbaratinada, mantém a sua tradicional reprodução de valores e conteúdos, sempre num mesmo formato, imputado por outras tantas instituições de poder. Não se percebe, porém, que também se manifesta poder de decisão nas ações mais inusitadas dentro da escola, sejam elas desrespeitadoras ou de enfrentamento a qualquer autoridade do professor, por exemplo. Talvez, aí esteja um embrião de vontade de conhecimento que as estruturas rígidas da escola não conseguem admitir e, por essa aparente necessidade de mantenimento da estrutura educacional como está, é criado o isolamento quase que irreconciliável entre o bom e mau aluno, entre o bom e mau funcionário, entre o bom e mau professor.
Diante disso, apesar da broxante situação da escola pública, na qual muitos professores bons perdem o entusiasmo e ousadia de seus projetos, a possibilidade de contradizer esses rumos da educação, acreditamos, se encontra latente nos membros da escola, ou melhor, nesses agentes sociais.
Para o reconhecimento e a significação do espaço escolar, devemos partir de uma reflexão, aparentemente, mais específica: a questão do próprio espaço físico e sua organização estrutural. O estudante não ocupa, não se apropria do espaço escolar. Apenas reproduz uma obrigação cotidiana de repetir o mesmo ritual de horários, disposição e presença física. Quando pretendemos ocupar o espaço escolar, na realidade o que se almeja é fazer perceber às pessoas seu papel decisório dentro desta instituição e de tantas outras. Associar valores diferentes pra o que significa a escola.
Faz-se necessário, para tal proposta, estar aliado aos movimentos que propiciam a auto-organização de pessoas e a expressão destas como participantes ativas da comunidade escolar e sociedade. Com esse foco, é que propomos à escola José de Anchieta (SANTA FÉ), além do incentivo à auto-organização (não só estudantil, mas também docente e de funcionários) o desenvolvimento de uma oficina de grafite e estêncil para repensar o espaço onde é possível se pensar e aprender.
Para dar conta do projeto, precisamos de autonomia para a livre expressão dos estudantes, professores e funcionários, que pintariam, em conjunto, a estrutura da escola, sejam seus muros, ou outros espaços, para fomentar o processo coletivo de auto-organização e decisão.

Como foi:

A atividade ocorreu na Escola Anchieta, no bairro do Santa Fé, aqui em Itupeva. Não foi organizada pelo nosso coletivo, mas já mostra algumas propostas de organização parecidas com a nossa , além de servir de exemplo de como são complicadas as relações dentro de uma instituição escolar.
A proposta acima, feita por professores da Escola da Família de itupeva e estudantes universitários de sampa, suscitou grande divulgação e comoção na escola. A atividade aconteceu à um mês atrás quase, mas marcou, literalmente, aquele lugar, onde, até hoje, se pode notar que pelo menos algo de diferente poderá ser lembrado pelos integrantes daquela instituição. Com toda certeza, eles lembraram que deu tudo errado!
E foi justamente a falta de êxito do projeto, em sua prática pontual daquele dia, que lhe conferiu uma coerência que se escapa do próprio desejo dos organizadores de ampliar a discussão a cerca do papel ativo de cada indivíduo na escola. O que ocorreu, naquele dia, foi um descontrole total!!! hahahah... O papel ativo das pessoas não precisou ser discutido para ocorrer a atividade, pois o pessoal já foi direto ao ponto: pegou as latas e pintou, sem essa de planejar nada! Quem não sabia perguntava e aprendia, arriscava... As pessoas completamente alucinadas por estarem, talvez, pela primeira vez, pegando numa lata de tinta e podendo expressar qualquer coisa numa parede - antes lisa, sem nada que pudesse ser identificado com os participantes da escola - sentiram a sensação de aventurar-se, de correrem o risco do erro – algo que deveria ser um dos pressupostos e supostos do aprendizado. Infelizmente, não durou por muito tempo...
O descontrole da situação e a criatividade dos estudantes foi demasiadamente mal encarada pela autoridade maior da escola , o diretor. E é compreensivo o porquê: o diretor tem responsabilidades, em nosso sistema educacional, que lhe fazem ser quase um robo-burocrático, tendo que prestar contas para mais outros e outros e outros responsáveis; tendo que ser eficiente pra não ser engulido. O mantenimento da ordem está como uma de suas metas na instituição escolar. Pena que não seja esta a mesma meta da educação, que deve ter um objetivo atualizado pelos propósitos emancipatórios de seus participantes - sejam eles estudantes, funcionários ou professores; Não importa somos todos pessoas.
O que pode se concluir, nessas condições precárias, que, ou o aprendizado, com sua necessária experimentação e possibilidade de erro, não foi compatível com a direção, ou a direção tem um papel de agente restritivo para o desenvolvimento do gosto pelo aprendizado. Entre essas duas hipóteses, bambeavam os estudantes que esboçaram até mesmo vontade de discutir os posicionamentos da direção quanto a atividade. Segundo a diretoria tudo que se passava por ali era vandalismo, pixação não era algo bonito de ser visto. De fato não era! E o que poderia se esboçar naquela parede, por parte dos quase 100 participantes da oficina não poderia ser algo diferente do dia-À-dia deles. Mesmo ao projetarem em suas pixações e grafites símbolos, letras e códigos indecifráveis para quem não daquele determinado grupo, ainda assim, por mais controverso que pareça, a mera impressão de um nome próprio expressava bem mais do que só um nome. As pessoas que participavam sentiam uma tal necessidade de reconhecimento, sendo tão cobradas por isso o tempo todo, que não havia nada mais significativo do que aquele ato.
Mas a oficina de grafite, as pixações, os desenhos, os erros... tudo isso foi o de menos. O que importava, ao final do dia, era expor as discordâncias. Sentar em roda e poder compartilhar o conflito, entre iguais. Seja o diretor, os funcionários ou o estudantes poderiam, finalmente, se conversar a partir de um ponto comum-contraditório. Este ponto era, na verdade, um questionamento: o que era aquilo que tínhamos feito naquele dia? Pixar era errado? Tinha ficado bonito?
Infelizmente, o que percebemos depois, foi que não sentávamos, ali, entre iguais. Não se interrompeu a história das autoridades só para acontecer um oficina. É preciso muito mais... Aparentemente todos falavam no mesmo tom, concordavam e mudavam de idéia em prol de um consenso calado. E isso foi a essencial da hora. Depois, ao passar da semana, as pixações nas paredes foram pintadas, ou melhor, escondidas, à mando da direção, que também soube coagir os alunos para aceitarem a ação.
Há de fazer uma ressalva: nessa de brincar de esconde-esconde do que acontece(u), pelo menos alguns jovens esqueceram também, por alguns instantes, o olhar vigilante da instituição.

19 de nov. de 2008


NOsso Coletivo pretende trazer discussões e práticas para organização da comunidade itupevense na luta pela melhoria da qualidade de vida da população. Trabalhadores, estudantes, ou, enfim, qualquer pessoa deve ter seu direito de expressão e de almejar uma realidade melhor para nossa vida em sociedade, porém são duras as barreiras desta porcariazinha de sistema, que se manifesta no cotidiano do nosso mundo véio com porteira!

No capitalismo e em Itupeva, até mesmo nossos desejos são vendáveis e o que as pessoas pensam que poderá melhorar suas vidas, só passa a endividá-las, separá-las do convívio social, isolando-as em bairros fechados, cercados por muros e concertinas. Não é difícil de concluir que não será só mudando suas próprias vidas que os problemas sociais serão resolvidos, ou privilegiando um pra depois mudar o outro. São problemáticas sempre ligadas.

Com a promessa de seguranca & qualidade de vida, as imobiliárias aumentam seus lucros com a expansão de compra e venda de terrenos, criando a fragmentacão de interesses. Entre aquele que tem e que não tem posses, erguem-se as cercas para o sonho de todos: viver a vida em paz.

MAS, o Estado é de conflito. Mesmo sem notarmos, tudo parece nos guiar para a mesma conclusão das sábias palavras de nossa companheira Sheirosa: É Ado... AAdo... cada um no seu quadrado! À cada muro que sobe, a cada novo quadrado, à cada novo condomínio e novas promessas de melhoria de vida, cresce também a periferia da cidade, a desconfianca, a inseguranca e o descontentamento com a condicão social da populacao de baixa renda. Apesar de os "mais bem de vida" em nossa cidade falarem, por vezes, que tem as mesmas vontades de mudar esta realidade péssima, o que se percebe é que eles já tem um compromisso maior: defender suas cercas e sua autoridade. Aquela vontade de ser feliz que todo mundo compartilha, virá enfeite de discurso omisso. Ninguém mais pode esconder que o privilégio desta minoria abastada, implica, para os explorados, a negacão dos seus sonhos.

O ápice de preocupacão social dos privilegiados é sua contribuicão de donativos... se limita à filantropia, à dízimo para aliviar a culpa com a opinião pública. Assim segue a prática socialmente responsável do típico burguês itupevense: caridoso no jantar da APAI, mas explorador, que não abre mão de seus lucros, no restante da vida e em sua empresa. É esse o mesmo explorador que teme o ladrão, mas não faz nada além de aumentar os muros de sua casa e viver nas bolhas-residenciais; que barra nossa liberdade de ir e vir, não só nos condomínios, mas na vida em geral.


!-!- PARA ALÉM DAS CERCAS -!-!
ainda há possibilidade, vida e organização


As movimentações já ocorrem em nossa cidade. Seja nas associações de bairro, grêmios de escola, coletivo de pixadores e grafiteiros, skatistas, educadores organizados, enfim, as pessoas inevitavelmente se organizam e, juntas, enfrentam os problemas do cotidiano. O COLETIVO_ANARQUIA_ITUPEVENSE quer, então, não criar algo novo, mas ajudar nos debates e práticas acerca dos problemas sociais que a populacão de Itupeva enfrenta. Sempre longe de uma perspectiva eleitoreira ou autoritária, também gostaríamos de salientar a importância do pensamento anarquista para as discussões de auto-organizacão, da importância histórica que pode se dar à este movimento e de quanto nós, também membros ativos dessa história, temos um papel a cumprir na luta social.



Bjos!
Tchau!