30 de jul. de 2009

Mais um terceiro ouvido, não!

O que se deseja,
de todo aquele que fala
ou crê e diz, é ser um quarto ouvido,
um quinto, sexto, milésimo, quantas forem suportadas!
Mas, que não seja um terceiro ouvido fantasmagórico,
vacilando - para os outros - entre a abstenção e a cera do ouvido,
O maldito terceiro... liso, escorregadio, falastrão!

O ouvido quer mesmo, de fato,
se multiplicar, compor um só orgão de muitas
orelhas
Pra que a audição se amplie, com a confiança no outro
Para que a audiência se compartilhe, com a desconfiaça
dos outdoors

E assim feito,
a de se escutar o som dos mudos e
até mesmo os gagos que,
ainda que "susurrados", não vão aguentar mais nenhum
constrangimento


21 de jul. de 2009


Maldita Aranha

Fonte de inspiração...
tela azulada
com a foto
de uma cara,
mais esfumaçada
que nuvem em céu azul...
Você sabe que nessa teia, nem aranha,
nem céu se fazem sentir ainda.
Só a distorção que nos maqueia, podem nos
entreter,
por pouco tempo!

A saudade é prima-irmã dessa aranha-a-longas distâncias,
pra apreciar você.
essa aranha de tantas superfícies que até nos confunde
na teia, na tela
Pena que não nos confundimos mais sob um mesmo
local, junto, onde o nosso entretenimento cansava, sim,
as nossas pernas


Minhas provas para o Nosso Amor

Improvável que fossem minhas aquelas provas,
improvável
assim desse jeito
o que queríamos...pelo simples fato que queríamos

de 2 pra cima, necessariamente,
repartíamos mais de 2 problemas
Eramos, problemas,
uns para os outros...
Mais que vício que não tínhamos
uns nos outros (!) a todo tempo, em compartilhar
carícias e dores
que nada mais eram do que um tipo de trabalho
bem específico, que agora essa estrutura estranha do capital
tenta se aproriar...
Minha linda! Até dos nossos carinhos bem feitos, já sabem cobrar a hora,
oficialmente, na Holanda...
sem muita regra, há muito tempo, já...

Carinhosos...Aprendidos com tantos outros que amávamos
e já nem reconhecemos mais
naquilo que hoje fazemos.

Amar é preciso
Minhas provas para o seu Amor

Querido professor,
vamos tentar a sorte, juntos

Você me aposta q nós não damos uma proposta,
e, na verdade, já lhe dávamos a própria sorte como nosso pé de igualdade

irremediável ou imediata, que seja...

Sorte de quem vive, sorte de quem escreve, sorte de quem lê,
sorte de quem come, de quem comeu
Sorte de quem aposta faz tempo
e de quem é viciado e quer lagar o jogo.

era muita sorte junta pra não se dizer,
em frente ao padre da paróquia e comover toda platéia:
"Aceito!", ainda que enfrentássemos o padre, pai, patrão, padrão,
no nosso de cada-dia e na cama em que gozávamos

inevitável mesmo é a NÓS que se enfrenta.
fechada, quão mais a fitamos demais e desconfiamos
da solidariedade que nos acalenta
da imensa crosta rachadura que nos cerca.
ruminantes, tentando lhe tirar as
proteínas, por sorte conseguimos
mastigar-lhe ainda

por último, querido...
se ainda quer mais provas para o amor que nos une
sigo

Eu enfrento...
sorrindo e mudo...
meus amigos...
já não queremos saber mais tanto assim...
(como quando você se irrita comigo)
já não amamos tanto o que se sabia
(descobriu que sabíamos!)
professor e o nós-esposa,
eram agora, de fato, amigos.
sabiam filosofia
sabiam compartilhar e dividir do que sabiam...
da NÓS e da Sorte...
passaram
por vezes
(encredulem-se!)
até ler menos
Minhas provas para o meu Amor

roubei,
da missa do vinho da santa seia,
4 ou 5 goles que somavam quase 500 mL
na minha Lingua

fiquei na missa,
vi diversas moças a se dedicar
a terços ou a distrações físicas da arquitetura divina,
mas, a mais bonita de todas
era uma que - mesmo sem beber -
fechava o olhinho, bem esmagadinho
a pedir qualquer coisa muito importante pra Deus,
enquanto eu praticamente
já podia ver o que ela apenas imaginava


Tal era a fé que pensava se poderia resistir ao fim da missa
com a mesma fé de quando bebia do próprio pulpito sagrado,
falando tão enrrolado.
Meu amor era apenas provável

13 de jul. de 2009

Ai que mal negócio
Troquei todo meu romantico sonho de sociedade
pela segurança vil dos compassos semafóricos
Eufórico.... com as possibilidades de travar o meu dia(!),
cada vez menos, meu dia,
Sigo em transe, aflitivo, o trânsito da cidade

As buzinas, ao pedirem a benção do Sol,
despertam a fúria das manhã de segunda à sexta
Ousamos desrespeitar o poderoso raiar
do dia, com as buzinas a exigir cada vez mais tempo
O tempo é nosso, e é um só
Aos poucos ele perde vida
Fabricação de Desritmia cardíaca...
Quem pode dizer uma resolução,
pra nossas palpitações ou buzinas?

7 de jul. de 2009

Quem dera fossem só
quatro os cantos dos quadrados!

Nós ficaremos perdidos ao procurar
a encontrável agudeza,
a confortável agudeza,
infinitesimalmente responsável,
desse canto dos Caretas

São seus cantos
mornos, neutros, exatos,
sem lados, nem posição,
que desencantam as crianças de comporem
suas próprias geometrias

Viram fractais, viram fratricidas!
Com certa razão, desprezam
todo canto, entonação, ouvindo todos
como ouvidos desafinados...

Mas, não mente o peito acalantado
pelo canto que a birra inciste em negar
da boca pra fora.
O hábito da desconfiança não é mais forte
que a música