19 de nov. de 2008


NOsso Coletivo pretende trazer discussões e práticas para organização da comunidade itupevense na luta pela melhoria da qualidade de vida da população. Trabalhadores, estudantes, ou, enfim, qualquer pessoa deve ter seu direito de expressão e de almejar uma realidade melhor para nossa vida em sociedade, porém são duras as barreiras desta porcariazinha de sistema, que se manifesta no cotidiano do nosso mundo véio com porteira!

No capitalismo e em Itupeva, até mesmo nossos desejos são vendáveis e o que as pessoas pensam que poderá melhorar suas vidas, só passa a endividá-las, separá-las do convívio social, isolando-as em bairros fechados, cercados por muros e concertinas. Não é difícil de concluir que não será só mudando suas próprias vidas que os problemas sociais serão resolvidos, ou privilegiando um pra depois mudar o outro. São problemáticas sempre ligadas.

Com a promessa de seguranca & qualidade de vida, as imobiliárias aumentam seus lucros com a expansão de compra e venda de terrenos, criando a fragmentacão de interesses. Entre aquele que tem e que não tem posses, erguem-se as cercas para o sonho de todos: viver a vida em paz.

MAS, o Estado é de conflito. Mesmo sem notarmos, tudo parece nos guiar para a mesma conclusão das sábias palavras de nossa companheira Sheirosa: É Ado... AAdo... cada um no seu quadrado! À cada muro que sobe, a cada novo quadrado, à cada novo condomínio e novas promessas de melhoria de vida, cresce também a periferia da cidade, a desconfianca, a inseguranca e o descontentamento com a condicão social da populacao de baixa renda. Apesar de os "mais bem de vida" em nossa cidade falarem, por vezes, que tem as mesmas vontades de mudar esta realidade péssima, o que se percebe é que eles já tem um compromisso maior: defender suas cercas e sua autoridade. Aquela vontade de ser feliz que todo mundo compartilha, virá enfeite de discurso omisso. Ninguém mais pode esconder que o privilégio desta minoria abastada, implica, para os explorados, a negacão dos seus sonhos.

O ápice de preocupacão social dos privilegiados é sua contribuicão de donativos... se limita à filantropia, à dízimo para aliviar a culpa com a opinião pública. Assim segue a prática socialmente responsável do típico burguês itupevense: caridoso no jantar da APAI, mas explorador, que não abre mão de seus lucros, no restante da vida e em sua empresa. É esse o mesmo explorador que teme o ladrão, mas não faz nada além de aumentar os muros de sua casa e viver nas bolhas-residenciais; que barra nossa liberdade de ir e vir, não só nos condomínios, mas na vida em geral.


!-!- PARA ALÉM DAS CERCAS -!-!
ainda há possibilidade, vida e organização


As movimentações já ocorrem em nossa cidade. Seja nas associações de bairro, grêmios de escola, coletivo de pixadores e grafiteiros, skatistas, educadores organizados, enfim, as pessoas inevitavelmente se organizam e, juntas, enfrentam os problemas do cotidiano. O COLETIVO_ANARQUIA_ITUPEVENSE quer, então, não criar algo novo, mas ajudar nos debates e práticas acerca dos problemas sociais que a populacão de Itupeva enfrenta. Sempre longe de uma perspectiva eleitoreira ou autoritária, também gostaríamos de salientar a importância do pensamento anarquista para as discussões de auto-organizacão, da importância histórica que pode se dar à este movimento e de quanto nós, também membros ativos dessa história, temos um papel a cumprir na luta social.



Bjos!
Tchau!

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